(Carlos Drummond de Andrade)
Duas riquezas: Minas
e o vocábulo.
Ir de uma a outra,recolhendo
o fubá, o ferro, o substantivo, o som.
Numa,descansar de outra. Palavras
assumem código mineral.
Minérios musicalizam-se em vogais.
Pastor sentir-se: reses encantadas
segunda-feira, novembro 4
sexta-feira, julho 12
Poema: O Boi
(Carlos Drummond de Andrade)
Ó solidão do boi no campo,
ó solidão do homem na rua!
Entre carros, trens, telefones,
entre gritos, o ermo profundo.
Ó solidão do boi no campo,
ó milhões sofrendo sem praga!
Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.
Ó solidão do boi no campo,
homens torcendo-se calados!
A cidade é inexplicável
e as casas não têm sentido algum.
Ó solidão do boi no campo,
O navio-fantasma passa
em silêncio na rua cheia.
Se uma tempestade de amor caísse!
As mãos unidas, a vida salva...
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso a tore de petróleo.
Ó solidão do boi no campo,
ó solidão do homem na rua!
Entre carros, trens, telefones,
entre gritos, o ermo profundo.
Ó solidão do boi no campo,
ó milhões sofrendo sem praga!
Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.
Ó solidão do boi no campo,
homens torcendo-se calados!
A cidade é inexplicável
e as casas não têm sentido algum.
Ó solidão do boi no campo,
O navio-fantasma passa
em silêncio na rua cheia.
Se uma tempestade de amor caísse!
As mãos unidas, a vida salva...
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso a tore de petróleo.
segunda-feira, julho 1
Poema: Cidadezinha Qualquer
(Carlos Drummond de Andrade)
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras.
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras.
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
sábado, junho 15
Poema : No Meio do Caminho
(Carlos Drummond de Andrade)
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse
acontecimento
na vida de minhas retinas tão fadigadas.
Nunca me esquecerei que no meio
do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha um pedra.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse
acontecimento
na vida de minhas retinas tão fadigadas.
Nunca me esquecerei que no meio
do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha um pedra.
Mito:Narciso
(Mitologia Grega)
Há muito tempo,na floresta passeava Narciso,o filho do sagrado rio Kiphissos. Era lindo,porém tinha um modo frio e egoísta de ser,era muito convencido de sua beleza e sabia que não havia no mundo ninguém mais bonito que ele.
Vaidoso,a todos dizia que seu coração jamais seria ferido pelas flechas de Eros,filho de Afrodite,pois não se apaixonava por ninguém.
As coisas foram assim até o dia em que a ninfa Eco o viu e imediatamente se apaixonou por ele.
Ela era linda,mas não falava; o máximo que conseguia era repetir as últimas sílabas das palavras que ouvia.
Narciso,fingindo-se de desentendido,perguntou:
- Quem está se escondendo aqui perto de mim?
-...de mim-repetiu a ninfa assustada.
-Vamos,apareça!-ordenou-Quero ver você!
-...Ver você!-repetiu a mesa voz em tom alegre.
Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso brilho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso.
-Dê o fora!-gritou,de repente. - Por acaso pensa que eu nasci para ser um da sua especie? Sua tola!
-Tola!-repetiu Eco, fugindo de vergonha.
A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma coisa daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia feito.
Um dia, quando estava passeando pela floresta, Narciso sentiu sede e quis tomas água.
Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refletido na água. Foi naquele momento que Eros atirou uma flecha direto em seu coração.
Sem saber que o reflexo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se apaixonou pela imagem.
Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a imagem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia ficando cada vez mais desapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem comer nem beber, ficando cada vez mais fraco.
Assim, acabou morrendo ali mesmo, com o rosto pálido voltado para as águas serenas do lago.
Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio.
Eco ficou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao despertar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma bela flor perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de "Narciso", a flor da noite.
Há muito tempo,na floresta passeava Narciso,o filho do sagrado rio Kiphissos. Era lindo,porém tinha um modo frio e egoísta de ser,era muito convencido de sua beleza e sabia que não havia no mundo ninguém mais bonito que ele.
Vaidoso,a todos dizia que seu coração jamais seria ferido pelas flechas de Eros,filho de Afrodite,pois não se apaixonava por ninguém.
As coisas foram assim até o dia em que a ninfa Eco o viu e imediatamente se apaixonou por ele.
Ela era linda,mas não falava; o máximo que conseguia era repetir as últimas sílabas das palavras que ouvia.
Narciso,fingindo-se de desentendido,perguntou:
- Quem está se escondendo aqui perto de mim?
-...de mim-repetiu a ninfa assustada.
-Vamos,apareça!-ordenou-Quero ver você!
-...Ver você!-repetiu a mesa voz em tom alegre.
Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso brilho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso.
-Dê o fora!-gritou,de repente. - Por acaso pensa que eu nasci para ser um da sua especie? Sua tola!
-Tola!-repetiu Eco, fugindo de vergonha.
A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma coisa daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia feito.
Um dia, quando estava passeando pela floresta, Narciso sentiu sede e quis tomas água.
Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refletido na água. Foi naquele momento que Eros atirou uma flecha direto em seu coração.
Sem saber que o reflexo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se apaixonou pela imagem.
Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a imagem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia ficando cada vez mais desapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem comer nem beber, ficando cada vez mais fraco.
Assim, acabou morrendo ali mesmo, com o rosto pálido voltado para as águas serenas do lago.
Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio.
Eco ficou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao despertar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma bela flor perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de "Narciso", a flor da noite.
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